Ativismo negro em Salvador no período da Ditadura Militar (1970/1980), no Atelier de Leituras

Novembro é um mês emblemático para o movimento negro brasileiro. Sábado, dia 28 de novembro, ás 17h, no perfil da Portuário Atelier Editorial, no Facebook Live, vamos conversar sobre o tema com o autor do livro Ativismo Negro em Salvador. O livro é produto da dissertação de mestrado defendida no Programa de Mestrado Profissional em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A própria pesquisa, poderia afirmar, deriva do ativismo intelectual do autor, que vai de encontro ao epstemicídio que muitos pesquisadores negros encontram.
Resistir ao silenciamento de heróis e personalidades negras registram o 20 de novembro como um marco contra a violência estrutural do racismo, mas, sobretudo, a data celebra a memória zunindo a liberdade lançada por Zumbi, em Palmares, e reverbera certamente na poesia de José Carlos Limeira, Jonathas Conceição, na presença do Ilê Aiyê e do Olodum no Carnaval de Salvador, assim como nas músicas afrobarrocas dos Tincoãs, na perseverança profundas das raízes de árvores como Mateus Aleluia, que não nos permite esquecer o atlântico dispórico atravessado em nossos caminhos, em nossas casas, em nossos barcos, em nossas atitudes.
Trazer de volta ao coração, recordar, historiografar, reunir estudos e fontes, descrever e analisar as margens e o leito do curso de um rio cujo movimento resultou vozes diaspóricas, de afirmação da identidade e força de um povo que nunca deixou de acreditar, ousar, vencer, lutar, ousar. Fazer valer a certeza da voz que se escuta pulsar no peito e na ancestralidade do verbo, seja talhando a memória ou o papel, historiografando a pele ou no cheiro da moqueca. Esculpir nossas vidas e nossos corpos cravados por balas ou asfixiados, ou espancados, estruturalmente esquecidos em muitas ruas e cidades das Américas, nos fazem valer a certeza da voz que se escuta pulsar no peito e na ancestralidade do verbo, não como objetos da espetacularização das desigualdades sociais, mas como protagonistas mesmo quando o tudo parece ser lamento, na verdade é samba, é bata, batuque, ressignificação.
Em Salvador, a segunda cidade mais negra do Brasil, evidenciar o protagonismo negro ainda é um desafio. Múltiplas são as estratégias de silenciamentos e muitas as razões para nutrir a atividade de ser presente continuo na transformação de realidades históricas e culturais. Na Bahia, e em seu Recôncavo, o ativismo negro é uma forma de reagir, seja pela cultura ou pela política, ou pelos dois vieses.
Para o professor Andersen Figueiredo, mestre em História pelo PPG em História da UFRB: “A sociedade brasileira é racista. O ativismo negro tem uma importância fundamental para quebra de paradigmas eurocêntricos. Entre a década de 1970 e 1980, Salvador, e de alguma maneira o Recôncavo, passou por um reencontro com a maneira de ser negro e negra: a cultura e a política foram dois eixos importantes nesse momento, de ditadura.” Andersen é pesquisador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do Recôncavo da Bahia e desenvolveu estudo acadêmico sobre o tema, resultando na edição do livro: Ativismo negro em Salvador no período da Ditadura Militar (1970/1980), (Portuário Atelier Editorial, 2020).
Natural de Cachoeira, graduado em história pela UEFS, professor Andersen revela diversas facetas dos movimentos negros na Bahia e suas relações com instâncias nacionais e internacionais. A Obra contribui com uma lacuna nos estudos sobre o ativismo negro na Bahia, em especial em Salvador. O Autor traz à história ativistas pouco lembrados/lembradas, notadamente do Recôncavo e da capital. A partir de entrevistas, pesquisas em jornais da época e um descortinar do contexto político cultural, Prof. Andersen oferece ao público interessado pelo tema, uma rica leitura e contribuição singular para os estudos de História da Bahia.
A obra é prefaciada por Petrônio Domingues, autor de Protagonismo negro em São Paulo: história e historiografia, lançada pelas Edições Sesc São Paulo, em 2019: para o doutor Domingues: “A capacidade de Figueiredo para evidenciar nuances e possibilidades torna este livro uma referência importante, tanto para o conhecimento da história do movimento negro, quanto para o entendimento da pluralidade de ideias, da diversidade de ações, das clivagens morfológicas e das disputas entabuladas no seio do movimento.” O professor Dr. Antônio Liberac, evidencia na orelha do livro que “com este trabalho do professor e pesquisador Andersen Figueiredo, a historiografia baiana e os movimentos negros, adquirem mais uma importante contribuição para uma História dos Negros, no Brasil republicano. Esta obra é uma leitura obrigatória para os especialistas na temática das relações raciais e das associações de negros no Brasil; um instrumento de formação política na luta contra o racismo.”
O autor Andersen Figueiredo apresentará sua obra no Atelier de Leituras, sábado, dia 28 de novembro, às 17h, no perfil da Portuário Atelier Editorial, no Facebook. Os interessados pelo livro poderão adquiri-lo, antecipadamente, com um desconto de 30% no site da Portuário Atelier Editorial. A publicação estará disponível para entrega em janeiro.
O quê? Pré-lançamento do livro: Ativismo Negro em Salvador no período da ditadura militar (1970/1980)
Autor: Andersen Kubnhavn Figueirêdo
Quando: Sábado, às 17h.
Onde? facebook.com/atelier.editorial.portuario
Prefácio: Petrônio Domingues
Orelha: Antônio Liberac
Editora: Portuário Atelier Editorial (www.portuarioateliereditorial.com)
ISBN: 978-65-87306-01-8
Formato: 14X20cm /262p. fotos diversas
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